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Análise: O Futuro da Marvel Studios

O início da Fase 5 traz à tona questões importantes acerca do Universo Cinematográfico Marvel.

No dia 16 de fevereiro de 2023, a Marvel Studios lançou Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, filme que serveria como início da Fase 5 do Universo Cinematográfico Marvel, além de ser o terceiro dos filmes do personagem titular. Entretanto, o resultado não parece ser o melhor: o filme teve uma das piores recepções de crítica entre todos da Marvel Studios (com 47% no Rotten Tomatoes), está com uma opinião pública divisiva (com uma nota B de acordo com o CinemaScore), e sua bilheteria atual (363 milhões de dólares, no momento de escrita) não é um bom sinal.

Não é como se Quantumania não carregasse a obrigação de ser bem recebido pela audiência e crítica. O filme se trata não somente do início da mais nova Fase da Marvel nos cinemas, mas também o pontapé para a saga do antagonista Kang o Destruidor, conhecido por muitos fanáticos de quadrinhos e com aparições já feitas em animações tais como Vingadores: Os Heróis Mais Poderosos da Terra. O longa-metragem é, em essência, um pilar importante para o que vem a seguir na história da franquia. Mas com um resultado tão preocupante, resta questionar: qual será o futuro da Marvel a partir de Homem-Formiga: Quantumania?

BILHETERIA

A bilheteria de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania é um caso único para a Marvel Studios, mas talvez não da forma esperada pela Disney. O filme estreou mundialmente com 280 milhões, com 120 milhões nos quatro primeiros dias nos Estados Unidos. Por mais que isso marque a maior estreia de um filme do Homem-Formiga no geral, o mesmo também registrou uma queda de bilheteria em diversos países da Europa se comparado com o filme anterior, Homem-Formiga e a Vespa.

No decorrer da semana após seu lançamento, o longa teve quedas bruscas a cada dia, levando a um segundo fim de semana problemático, onde o filme caiu em 69.7% na bilheteria americana (segundo o estimado, sem atualização no momento de escrita). Isso marca Quantumania não somente como o filme da Marvel a ter a pior queda em bilheteria (ultrapassando Doutor Estranho: Multiverso da Loucura, que decaiu em 67%), como também um dos piores em filmes de super-herói no geral (ultrapassando Batman vs. Superman: A Origem da Justiça, que decaiu em 69.1%).

Geralmente, os filmes da Marvel costumam aumentar em bilheteria de um filme para o outro, visto o aumento de popularidade dos super-heróis titulares e também da importância que cada filme têm até o próximo grande evento. O primeiro Homem-Formiga, por exemplo, teve sua bilheteria de 520 milhões superada por sua sequência, arrecadando 622 milhões. O mesmo vale para Capitão América: O Primeiro Vingador (370 milhões) e O Soldado Invernal (714 milhões), Guardiões da Galáxia (773 milhões) até seu Volume 2 (863 milhões), dentre várias outras obras. Entretanto, a queda brusca de Quantumania na bilheteria americana e seu fraco desempenho internacional põem em dúvida a possibilidade do filme superar seu predecessor, e também a possibilidade de gerar um lucro significativo para a Disney.

O decréscimo em bilheteria se comparado com outros filmes anteriores do Universo Cinematográfico Marvel talvez se deva justamente à recepção do público diante das produções da Marvel Studios, que já acumula controversos desde 2021.

RECEPÇÃO


A Fase 4, até então, pode ser considerada a mais divisiva em opinião pública. Por mais que seja a que teve a menor duração (dois anos), foi a que teve mais obras no geral, com dezessete produções incluindo filmes, séries e especiais. Acontece que muitas dessas obras não agradaram o público, tampouco a crítica.

Filmes como Eternos, Thor: Amor e Trovão e Doutor Estranho: Multiverso da Loucura receberam críticas mistas por parte da crítica especializada e da audiência, acumulando bastante controvérsia acerca de sua qualidade, ainda mais comparados às outras obras do estúdio. Outras produções seriadas tais como Mulher-Hulk: Defensora de Heróis obtiveram respostas mistas por parte do público, e a série Ms. Marvel teve audiência abaixo do normal se comparado com as outras obras da Marvel Studios no Disney+. Não é como se a Fase 4 fosse um fracasso: filmes como Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa e Pantera Negra: Wakanda Para Sempre foram sucessos de crítica e bilheteria, assim como as séries Loki e WandaVision foram bem recebidas, batendo números altos de audiência. Porém, levando em conta que as outras Fases da Marvel, em especial a Fase 3, eram mais consistentemente recebidas que as produções atuais, é fácil notar que há algo de errado.

Os fãs da Marvel Studios afirmam que a quantidade excessiva de conteúdo possa ter influenciado no estado das produções. Afinal, a Disney costuma realizar suas obras simultaneamente, porém um universo tão grande quanto o da Marvel precisa de cuidado especial ao ser produzido. Com a quantidade de obras feitas ao mesmo tempo, o argumento é que o estúdio não está com tempo o suficiente para elaborar adequadamente o caminho para o futuro. É fácil entender a mentalidade por trás da produção em massa, afinal, a Disney visa um resultado lucrativo. Porém, os fãs também afirmam que o número de coisas sendo lançadas e obrigatórias de consumir seja outro problema. Anteriormente, o acompanhamento da Marvel era a partir de três filmes por ano, mas agora tal acompanhamento se resume a assistir filmes, séries recorrentes e especiais um atrás do outro.

O público talvez esteja se cansando de acompanhar coisas demais continuamente, ainda mais quando boa parte não está sendo agradável. Tal situação pode ser o motivo da bilheteria problemática de Quantumania.

O FUTURO

A recepção da Fase 4, assim como o perigo da bilheteria de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, podem ser sinais de um fracasso iminente da Marvel Studios no futuro. Entretanto, não é como se as coisas fossem puramente negativas e sem esperança.

Mais cedo este mês, o CEO da Marvel Studios Kevin Feige anunciou que estará mudando o cronograma de lançamentos de séries. A intenção, segundo o mesmo, é dar mais destaques para as produções. Um anúncio como esse talvez seja um sinal da Marvel Studios estar ciente da opinião pública e buscando melhorar nas obras atuais, desenvolvendo melhor as coisas e sem uma abundância de produções a se priorizar. Ao mesmo tempo, com a bilheteria de Quantumania, é certeiro que a Disney busque maneiras de cativar seu público novamente para trazê-los de volta.

Assim como foi citado anteriormente, filmes como Homem-Aranha e Pantera Negra foram bem recebidos, e não dá para esquecer Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis, que também foi bem recebido pelo público mesmo com uma bilheteria mais baixa devido à pandemia. Novamente, algumas das séries também foram bem recebidas e obtiveram alta audiência. Não é como se a Marvel Studios estivesse em processo de falência nem nada do tipo: há um motivo do por quê seu universo cinematográfico tornou-se uma febre tanto em Hollywood quanto na cultura geek.

A Marvel Studios ainda consegue se levantar com tudo, tudo o que o estúdio precisa fazer é dar mais atenção às suas produções.

 

Quando Cassie (Kathryn Newton), filha de Scott Lang (Paul Rudd), desenvolve um dispositivo que permitiria a comunicação com o reino quântico, o experimento termina em desastre: Cassie, Scott e sua companheira e heroína, Vespa, Hope van Dyne (Evangeline Lilly) involuntariamente se encontram no reino místico. Unindo forças com os pais de Hope, Hank Pym (Michael Douglas) e Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), o trio trabalha um caminho de volta enquanto os atrai para o mundo do Reino Quântico, onde encontram o misterioso Kang (Jonathan Majors).

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania está disponível somente nos cinemas.

Sobre o Autor:
Oscar Stefanno Fornari

Editor de vídeo, roteirista, compositor de trilhas sonoras, desenvolvedor de jogos e aspirante a diretor de cinema. Também fã número um do Sonic e de Steins;Gate nas horas vagas.

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