Inteligência Artificial na Indústria Musical
Como esta tecnologia veio para impactar a indústria musical?
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"Is this the real life? Is this just fantasy?"
O hino atemporal da banda britânica Queen ainda faz história e gera saudosismo entre todos os fãs, seja de quem viu a brilhante performance do quarteto no Rock In Rio 1985 ou a conheceu pela obra cinematográfica Bohemian Rhapsody (2018) estrelado por Rami Malek. O cantor Freddie Mercury (1945-1991) trouxe a sua legião de fãs belas composições, agraciadas com uma incrível sonoridade e brilhantemente protagonizada por sua potente e inesquecível voz! E se eu te contasse que seria possível escutar o falecido artista entoando Set Fire To The Rain, música gravada em 2011 pela cantora Adele, 20 anos depois de sua morte, você acreditaria?
Fantasia espelhada na realidade
Bom, já lhe adianto que não existe(ainda) um portal para que possa se encontrar e gravar a voz de pessoas falecidas. Porém, a recriação vocal por meio de inteligência artificial teve um incrível boom no início de 2023, graças aos avanços nos estudos sobre este meio. Grandes artistas que já não estão entre nós, como Whitney Houston, Michael Jackson e George Michael, tiveram suas vozes ensinadas a uma IA.
Instrumentais IA
Invertendo os lados, temos os instrumentais criados por inteligência artificial, onde o cliente descreve como quer que seja o seu som. Ritmo, emoção, gênero musical e diversas opções que rodeiam uma ambientação musical. É uma poderosa ferramenta para compositores e cantores, pois inspira ou norteia o artista para concluir sua obra.
Concorrência para os produtores musicais?
Entrevista
Pesquisando por covers de inteligência artificial, encontrei um canal no Youtube com covers do cantor de origem africana. São mínimos detalhes que se deixa escapar que se trata de uma máquina e não a voz real. Ao entrar em contato, descobri que o canal, Music Track Center, era gerenciado por um influenciador brasileiro, o Denis, que dedica boa parte do seu tempo para o desenvolvimento e novos covers da IA.
Jonatan Neves: Pode nos explicar a origem da IA musical?
Music Track Center: A IA surgiu primeiramente para atender as necessidades de um atendimento automático, seja em mensagens de texto ou em e-mails. Aí na sequência começou a surgir alguns elementos de rede neural, onde você poderia ser capaz de extrair uma voz de uma música, isso em meados de 2018. O serviço Deezer era o responsável pelos estudos da separação de vocais. Após isso foram surgindo outros meios de separação, mais precisamente o Phoenix (Lalal.ai), UVR (X-Minus) e Demucs(Facebook) e aí que começou a crescer a implementação de IA na música. O Suno.AI foi o primeiro site a se comprometer a criação de uma música a partir de um prompt(Comandos ordenados por palavras), e foi bem aceito comercialmente graças ao seu marketing nas redes, principalmente o TikTok e Youtube.
Jonatan Neves: Como é feita a produção de um vocal IA?
Music Track Center: Para você ter um cover de inteligência artificial, você tem que ter a voz, extraída de outra música ou gravada por você mesmo. Você tem que ter um modelo de voz para que essa voz, a voz nativa, seja usada como intermédio para o modelo e você tem que ter uma separação de qualidade. Tem que ter um serviço de qualidade pago, para que você possa fazer a separação, extrair harmonias, porque harmonias você não pode clonar. Você tem que recortar a harmonia e clonar apenas a voz principal. Além disso, tem que ter um modelo bem treinado, um modelo de voz e também tem que ter um data set bom, que no caso é a separação de vozes, a voz limpa, em reverberação, sem eco e cortada assim ininterruptamente, tudo junto.
"Nothing Really Matters..."
Sobre o Autor:
É Estudante de jornalismo e fascinado pela arte do entretenimento! Um apreciador de Games Narrativos e de cinema.
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