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Cobertura: A Feira do Livro 2025, um evento literário imperdível!

Ler é uma ato libertador, e escrever é um ato político.


Sou completamente apaixonada pela cidade de São Paulo. É impossível compará-la a qualquer outro lugar , essa metrópole viva, pulsante, onde tudo acontece ao mesmo tempo, e onde a gente se sente como uma barata tonta, tentando estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Mas, confesso: Amo essa Cidade, que nunca dorme e que sempre me provoca.

Sou atriz, roteirista, dramaturga e colunista. Escrevo no site Estúdio Homies, da minha amiga e parceira de tantos projetos, Mariana Mussi, e também no Observatório G. Foi justamente a Mari quem me convidou para cobrir um dos eventos mais inspiradores do ano: a Feira do Livro de 2025, que está acontecendo na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Um grande festival literário, gratuito, aberto ao público, entre os dias 14 e 22 de junho, um verdadeiro oásis de pensamento, criação e encontro.

Estive presente no dia 16 de junho, especialmente para assistir à palestra da jornalista, cronista e escritora Milly Lacombe, ao lado da advogada e ativista Mayra Cotta, no Palco da Petrobras. Milly é uma mulher que admiro profundamente, tanto por sua trajetória profissional quanto pela potência de suas ideias. Suas falas sobre feminismo, e enfrentamento ao patriarcado são sempre densas, provocadoras e, ao mesmo tempo, acolhedoras. Acompanho suas colunas, no Uol e na Trip há muito tempo.

A palestra foi mais que uma conversa: foi uma verdadeira aula sobre os caminhos do feminismo no Brasil e no mundo, com um olhar crítico sobre como o patriarcado ainda estrutura nossas relações sociais, políticas e íntimas. Milly fala com coragem e sensibilidade , e sair de lá sem estar profundamente impactada era impossível.

Recentemente, li o livro O Pensamento Hétero e Outros Ensaios, da filósofa Monique Wittig, que Milly mencionou em sua fala. Há uma frase que inicialmente me causou estranhamento: "Lésbicas não são mulheres." Mas, ao mergulhar nos conceitos da autora, compreendi sua provocação. Para Wittig, a categoria “mulher” é uma construção social moldada dentro de um sistema heterossexual e patriarcal. Ao romper com essa estrutura, as lésbicas também rompem com o papel tradicional de “mulher” que esse sistema impõe . Aquela imagem da menina de vestido rosa, pernas cruzadas, silenciosa, decorativa. É uma crítica profunda e necessária. E ouvir Milly dialogar com esses conceitos, com tanta lucidez, foi um presente.

A Feira do Livro de 2025 está simplesmente incrível. Mais de 200 autores e autoras nacionais e internacionais fazem parte da programação. Nomes como Drauzio Varella, Marcelo Rubens Paiva, Lázaro Ramos, Marilena Chaui, Ignácio de Loyola Brandão, Aline Bei, Tati Bernardi , e tantos outros que tornam a literatura brasileira um território de múltiplas vozes.

A estrutura do evento é impecável: três palcos principais (o Palco da Praça, o Auditório Armando Nogueira e o Espaço Rebentos, voltado para o público infantil), além de tablados literários espalhados pela praça. São mais de 250 atividades — entre debates, oficinas, contações de histórias, lançamentos e sessões de autógrafos , com eixos temáticos que atravessam desde os 40 anos da redemocratização até literatura indígena, sustentabilidade e cultura afro-brasileira.

O espaço está revitalizado, com mais de 15 mil metros quadrados pensados para acolher o público com conforto e acessibilidade. Para quem vem de transporte público, há vans gratuitas partindo da Estação Paulista (Linha 4-Amarela), facilitando o trajeto até a feira.

Participar desse evento, como artista e como colunista, foi reafirmar minha crença na força da palavra. A literatura, o teatro, o pensamento crítico. Tudo isso nos atravessa e transforma. Senti que, mais do que nunca, estamos escrevendo coletivamente uma nova história: mais diversa, mais potente, mais consciente.

Bora lá !!!







Milly Lacombe e Silvia Diaz

Milly Lacombe e Silvia Diaz


Sobre o Autor:
Silvia Diaz

Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário...

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