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BGS 2023: PERSONA 3 RELOAD (NEW MOON) - Análise do Jogo

Remake de Persona 3 adapta o jogo original até nos mínimos detalhes.


O Estúdio Homies esteve novamente presente na Brasil Game Show, desta vez com enorme foco no estande exclusivo da SEGA, empresa japonesa que finalmente está investindo no mercado brasileiro de jogos eletrônicos. Recentemente, a mesma abriu contas oficiais brasileiras tanto da empresa quanto da franquia Sonic The Hedgehog, além de confirmar traduções de inúmeros lançamentos tais como Sonic Superstars, Like a Dragon: Infinite Wealth & The Man Who Erased His Name, Persona 5 Tactica e Persona 3 Reload.

E por falar em Persona, o Estúdio Homies teve o prazer de jogar, novamente, cinco minutos da demo de Persona 3 Reload, remake tão aguardado que pretende modernizar o jogo clássico da franquia Persona, cujo redefiniu a mesma para sempre. Estes novos cinco minutos, dessa vez focados menos na história e mais na gameplay, repagina as sensações de combate e exploração do jogo original quase que completamente, prometendo ser puramente fiel ao jogo original até nos mínimos detalhes.

O estande da SEGA possui uma área própria específica para jogar a demo, disponibilizada num Xbox, e os jogadores ganhavam um pin especial do personagem Koromaru, o cachorro da equipe S.E.E.S que protagoniza o jogo. Além disso, há um panfleto que explica o mapeamento dos botões e um rápido insight de como a demo funciona, este com um vislumbre do sprite refeito de Fuuka Yamagishi, comunicadora da S.E.E.S em certo ponto do jogo original.

Na demo de Persona 3 Reload, somos apresentados com duas possíveis opções: New Moon e Full Moon. Na New Moon, o jogador explora a misteriosa Hora Sombria, escalando a torre aparentemente sem fim de Tartarus, com a equipe composta pelo protagonista, Yukari Takeba e Junpei Iori, enquanto Mitsuru Kirijo serve como a comunicadora. Enquanto isso, a Full Moon é focada mais na história, sendo o evento da Lua Cheia de maio. A equipe, composta pelos membros já citados, adentra um trem congestionado para eliminar uma das doze Sombras emergentes das noites de Luas Cheias, assim sendo uma demo linear focada no diálogo, dublagem, cutscenes, com momentos pontuais para enfrentar inimigos. Anteriormente nós jogarmos a demo Full Moon, mas dessa vez experimentamos a New Moon.

Ao iniciarmos a demo, a equipe já citada se encontra na superfície de Tartarus, diante das escadas que levam até a misteriosa entrada em forma de relógio. Ao redor do local conseguimos ver diversos pilares, a luz angelical que cobre o teto, um fundo verde com diversos prédios distorcidos, e até o mesmo ponto de teleporte que o jogo original já possuía. É uma recriação praticamente perfeita, se comparado com o jogo original. A comunicadora Mitsuru rapidamente instrui o jogador sobre Tartarus antes de entrarmos e explorarmos com tudo os primeiros andares.

Como já comentado na outra matéria, Persona 3 Reload capricha bastante na qualidade técnica de seus visuais, assim como adapta a estética do jogo original para um formato mais dinâmico em sua apresentação. Porém, nada nos preparou para o quão visualmente bonito está a torre de Tartarus, até mais do que os cenários da demo Full Moon. Os corredores, as texturas, toda a iluminação se destaca como bastante sombria e intrigante, nunca sabendo o que irá se encontrar na próxima virada daquela torre sem fim. Enquanto os personagens correm, um motion-blur os acompanha ao redor, este que não chega a tornar-se exagerado tampouco uma dor para os olhos, porém ainda assim notável. Os inimigos, por vez, possuem modelos muito bonitos e iluminados, além de uma animação extremamente expressiva quando deparam com o jogador. E por falar nisso, um detalhe bem interessante seria a forma de entrar no combate: caso o jogador acerte um hit no inimigo, o jogo transita para a silhueta azul do protagonista correndo em meio à escuridão, antes de se expandir e revelar a batalha. Caso o inimigo acerte primeiro, a tela se despedaça como vidro, assim revelando a batalha logo atrás. 

Em relação ao combate, como dito na matéria anterior de Persona 3, está mais dinâmico que o original, abraçando certas mudanças estéticas que Persona 5 trouxe, mesmo que adaptadas para o design mais azulado e suave. As influências estéticas do quinto jogo são tantas ao ponto dos próprios personagens agora terem uma tela de conclusão após seus respectivos All-Out Attacks: Junpei Iori, por exemplo, possui uma animação que se encerra em uma pose desenhada, onde o mesmo está arrumando seu boné enquanto pisca, a frase "That's The Game!" acompanhando ao lado. Sobre a exploração por Tartarus, ela é conduzida através de uma câmera em terceira pessoa atrás do personagem, abandonando aquele ângulo de cima e distante que o jogo original trazia. Você não consegue ver o mapa por inteiro, forçando sua revelação enquanto avança pelos corredores perigosos e misteriosos. Certas salas, inclusive, podem ou não ter baús especiais a sua espera, mesmo que vigiados pelos inimigos. A mais nova inclusão em Tartarus até o momento seriam os vasos quebráveis espalhados pelo mapa, que podem ou não lhe oferecer recompensas, mecânica já presente nos palácios de Persona 5.

Em quesito musical, a trilha está quase que a mesma coisa do jogo original. Como comentado anteriormente, a música Mass Destruction possui uma nova cantora e também mixagem mais elaborada, que talvez pegue diversos jogadores de surpresa, mesmo que não seja um grande problema a se acostumar quando se põe as mãos no jogo. Agora, a música do primeiro nível de Tartarus parece idêntica com o original, e a nova trilha, It's Going Down Now, tão prestigiada já pelos fãs ansiosos pelo remake, parece tocar somente ao emboscar com sucesso um inimigo. É fácil entender o por quê dessa música ser tão amada mesmo sem um lançamento oficial: é uma trilha energética, cativante e veloz, que abraça a essência de Persona 3 de uma forma muito mais moderna, misturando do rap com um rock mais melancólico e emocional. Ela fez do combate uma experiência muito mais emocionante de se jogar. 

A coisa mais interessante de se notar dessa demo é como a mesma funciona quase que exatamente igual ao jogo original. Com exceções de pequenos detalhes, tais como os objetos quebráveis e maior dinamismo na exploração e combate, a ideia de "explorar uma torre, lutar com inimigos e subir para a próxima" permanece intacta, como se o game design de Persona 3 fosse preservado com todas as forças. Até a própria Tartarus, por mais que esteja bonita, acaba sendo tão "vazia" quanto o jogo original, o que talvez já seja a proposta de direção que se mantém inalterada, porém não evita a possibilidade de alguns fãs se frustrarem pela chance de não atualizarem certos detalhes... assim como outros devem ficar bem felizes em ver certas coisas inalteradas nessa reimaginação do clássico.

A demo não estava localizada em português brasileiro, porém a SEGA e Atlus já lançaram materiais promocionais que exibem o jogo já traduzido, uma grande vitória para o público-fã brasileiro de Persona e dos vários outros jogos da SEGA. Você, jogador de longa data de Persona 3, poderá reviver a Hora Sombria em português quando Persona 3 Reload lançar em 2 de fevereiro de 2024 para Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC. E você que nunca jogou, também fique ligado no lançamento, pois certamente será uma jornada inesquecível.


Sobre o Autor:
Oscar Stefanno Fornari

Editor de vídeo, roteirista, compositor de trilhas sonoras, desenvolvedor de jogos e aspirante a diretor de cinema. Também fã número um do Sonic e de Steins;Gate nas horas vagas.

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