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Conheça dez RPGs escritos por mulheres

Lugar de mulher é também fazendo jogo.

Dia 8 de março a gente comemora o Dia Internacional das Mulheres, data importante para relembrar a luta diária que todas elas têm num mundo tão desigual e sexista.

Hoje então venho mostrar para vocês dez RPGs e suplementos de jogos escritos ou coescritos por mulheres. Muitos deles são jogos interessantes e dinâmicos, que merecem a atenção de todos vocês.

Ravenloft

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Tracy e Laura Hickman são os responsáveis por um dos mais clássicos módulos de aventura para Dungeons & Dragons, que introduziu o icônico vilão Strahd von Zarovich e o domínio de Barovia.

É um dos módulos mais queridos pelos jogadores de Dungeons and Dragons, pois introduz o horror literário para as mesas de jogo, com personagens ambíguos e sem o conflito entre bem e mal existente em outros cenários, com uma abordagem muito sombria e gótica.

Dungeon Bitches

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Este é um RPG indie que explora temas de horror, feminismo e teoria queer, criado por Christine Prevas. É um jogo sobre grupos de mulheres lésbicas que buscam sobreviver em um mundo hostil, lidando com seus traumas em torno de sua sexualidade, suas dores e seus conflitos

O jogo é conhecido por sua abordagem narrativa e mecânicas que incentivam a colaboração e a construção de histórias entre as jogadoras. Utiliza o sistema Powered by the Apocalypse, empregado em jogos como Kult: Divindade Perdida, Dungeon World, entre outros.

Monsterhearts 2

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Avery Alder
é a criadora deste RPG que aborda a vida adolescente de monstros em um cenário inspirado por obras como “Crepúsculo” e “Buffy, a Caça-Vampiros”.  É também um dos meus jogos favoritos, uma vez que lembra bastante as séries adolescentes dos anos 1990, mas carregadas de elementos sobrenaturais e de autodescoberta da sexualidade e dos seus medos.

O jogo é famoso pela mecânica de “strings”, que representa as relações complicadas e poderes emocionais dos personagens, que tem um peso enorme sobre a narrativa. É um jogo muito mais narrativo do que combativo e excelente para ser jogado com pessoas jovens.

Nobilis

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Jenna Katerin Moran escreveu este incrível jogo que permite aos jogadores assumirem o papel de seres quase onipotentes chamados “Nobles”, ou Nobres, em tradução literal. Eles têm o dever de defender o universo contra as ameaças que vem de fora, enquanto lidam com os problemas políticos e sociais.

Possui um inovador sistema sem dados, que valoriza as narrativas criativas e poderes divinos, que usa os “pontos de aleatoriedade” para definir o resultado das ações. Tem fortes inspirações em “Deuses Americanos” do Neil Gaiman, com aquele clima mais soturno, mas ao mesmo tempo vibrante, misturando as mais diversas mitologias..

Mythic

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Este não é apenas um jogo de RPG criado por Tana Pigeon, mas também um meta-sistema para aventuras-solo. E notável por trazer o conceito de oráculos de RPG solo modernos, permitindo aos jogadores desfrutar de aventuras de RPG, em qualquer sistema existente, mesmo sem um grupo.

Tana Pigeon é reconhecida por sua contribuição inovadora ao gênero de RPG e por criar uma comunidade dedicada e entusiasta em torno do jogo, que também será lançado no Brasil pela editora Retropunk.

Mindjammer

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Sarah Newton, renomada escritora com diversos prêmios, é a responsável por este RPG de ficção científica transhumanista que utiliza o sistema Fate Core. Ganhador de um ENNIE (o Óscar do RPG), é um jogo de ficção científica mais denso, apresentando aliens, dimensões paralelas, espionagem, tudo isso de forma soberba.

O jogo explora temas de identidade, consciência e memória em um futuro distante onde a humanidade se espalhou pelas estrelas. É um jogo heroico, de exploração, de batalhas duras e emocionantes no espaço.

Bluebeard’s Bride

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Whitney “Strix” Beltrán
, Marissa Kelly e Sarah Richardson são as co-autoras deste RPG de horror psicológico baseado no conto de fadas francês do Barba Azul. Escrito por Charles Perraud, o personagem tenta matar sua esposa após ela descobrir que ele era um assassino que colecionava os corpos de suas ex-esposas.

O jogo explora temas de feminilidade e trauma através de uma narrativa compartilhada. É um jogo sobre mulheres que convivem com um marido exemplar, mas que esconde um terrível segredo em algum lugar.

Goddess Save the Queen

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Carolina Neves
e Julio Matos são os criadores deste RPG ambientado entre as duas grandes guerras mundiais, onde jogadores fazem parte de uma divisão especial do serviço secreto britânico que lida com ameaças sobrenaturais.

Publicado pela Secular Games, é um jogo que busca trazer mais representatividade, de modo orgânico e coerente, em um mundo de grandes descobertas e muitos mistérios.

CDR

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Continuado aqui no Brasil temos um dos jogos que, pelo menos para mim, é dos mais importantes. Escrito por Naomi Maratea, é um jogo bruto, que mostra a realidade cruel de nossas prisões, um sistema que destrói pessoas e as torna ainda mais violentas.

O objetivo desse jogo é trazer uma reflexão sobre como o nosso sistema prisional é falho e nos faz pensar sobre o quanto desumanizamos as pessoas que estão presas e não entendemos suas dores, angústias e sofrimentos num meio completamente hostil e insalubre. Encontra-se à venda no site da Retropunk e se eu fosse você, não perderia a chance de jogar.

Velvet Glove

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Sarah Richardson é a autora deste RPG que se passa nos anos 1970 e foca em gangues de garotas adolescentes. É um cenário que mostra a vida de garotas pobres que estão no meio da chamada “Guerra às Drogas”, que se tornou um problema severo nos EUA. Tem como referência toda a gama de filmes exploitation, que abordam diversos problemas sociais de forma sensacionalista.

O jogo utiliza o sistema Powered by the Apocalypse e é conhecido por sua abordagem ao empoderamento feminino e questões sociais da época. Com suas 48 páginas, é um jogo leve de se ler, com um layout bonito emulando um caderno de adolescente.



Sobre o Autor:
Fabio Melo

Formado em Letras, especialista em Língua Portuguesa e Literatura, além de alguns cursos aqui e ali sobre língua inglesa. Possuo um site / podcast para falar de música alternativa, faço umas músicas experimentais ruins e sou aficionado por RPG e jogos analógicos (vulgo jogos de tabuleiro).

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